sábado, 18 de fevereiro de 2006

Mobilidade Inteligente II

O termo Smart Mobs, cunhado por Howard Rheingold, significa multidões inteligentes, mas também "mobilidades inteligentes", já que mob geralmente é a abreviação de mobile. Parte do artigo que estou escrevendo desenvolve essa idéia, e defendo que a mobilidade inteligente em questão numa Smart Mob é a emergência. Como já havia dito em um post anterior, acredito que a emergência é um tipo de mobilidade que escapa ao controle, pois permite um tipo de nomadismo intensivo onde o deslocamento ou a mudança é de nível (natureza) e não de localização. Ao invés de passar de um ponto a outro (nomadismo extensivo), porém permanecendo num mesmo nível, a emergência nos faz passar para um nível superior, vital, mais apropriado para as modificações ocorridas no ambiente. O que está em jogo nas cibercidades que estamos construindo é saber que tipo de mobilidade serve ao controle e qual serve à emergência. Mesmo que nos dois casos não se trate mais da locomoção de um ponto a outro, mas de um perpétuo trajeto, ou até mesmo de linhas de fuga, não podemos ignorar que existem mobilidades que proporcionam um mero nomadismo facilmente rastreável e outras que efetivamente se apresentam como vetores, ou vagas, de resistência. Pensando na mobilidade e na inteligência dos próprios dispositivos, visionada por Mitchell no post anterior, a pergunta que fica é: novos agenciamentos podem ser produzidos através das tecnologias móveis que tornariam possível uma mobilidade emergente, uma mobilidade inteligente, em suma, uma verdadeira smart mobile? Fiquem a vontade para responder!