“Surplus – terrorized into being consumers” é um documentário sueco de 2003 sobre consumismo e globalização. Mostra os excessos da atual produção em massa e o consumo desenfreado que afligem a maioria dos países e culturas mundiais e os problemas que vem sendo causados ao meio ambiente e para todos que estão nele.
O anarco-primitivista John Zerzan é considerado o Guru da anti-globalização e o produtor italiano Erik Gandini se baseia nos pensamentos de Zerzan para mostrar a destruição das reservas naturais e do meio ambiente que vem sendo causada pela vida consumista que vivemos.
O anarco-primitivista John Zerzan é considerado o Guru da anti-globalização e o produtor italiano Erik Gandini se baseia nos pensamentos de Zerzan para mostrar a destruição das reservas naturais e do meio ambiente que vem sendo causada pela vida consumista que vivemos.
O documentário conta pesadamente com clips-rápidos, técnicas audiovisuais de colagem, assemelhando-se a vídeos da MTV e comerciais. Mescla cenas de palestras, discursos, entrevistas e reportagens jornalísticas em uma edição onde imagens se alternam em sintonia com a trilha sonora de sons eletrônicos. Imagem e ritmo se complementam em uma mistura que soa moderna e revela a intenção do diretor. Ele usa o próprio meio (áudio e vídeo) para chamar a atenção para o poder da mídia, disponível aos governos ou às corporações que ditam ideologias e comportamentos.
Usa lábio-sincronia para subverter as idéias daqueles que estão no poder. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, Steve Ballmer e Bill Gates, executivos da Microsoft, aparecem defendendo a ideologia neoliberal, o capitalismo, o consumismo. Por outro lado, Gandini enfoca o modo de vida socialista, instalado em Cuba por Fidel Castro que surge defendendo sua ideologia não consumista. São dois sistemas opostos, porém ambos se utilizam dos meios de comunicação para divulgar mensagens que padronizam pensamentos, subjugando corações e mentes, transformando indivíduos em parceiros que garantem a manutenção dos sistemas.
Surplus mostra que tanto no capitalismo, como no socialismo, os homens tomam parte de sistemas cuja existência os antecede, mas que estabelecem modos de viver e de pensar, mantendo-os atados, como peças de um jogo maior, cuja função é a manutenção da ordem estatal. Assim, saem de foco os sistemas político-econômicos em si. Se o discurso utilizado pelos capitalistas também sai da boca dos socialistas, tudo acaba no mesmo.
A mensagem de Gandini é a de que o homem é um ser de necessidades, mas na busca por satisfazê-las criou formas de organização social e, no interior delas, desenvolveu formas de dominação que mantém tudo e todos atrelados à ordem estabelecida, seja consciente ou inconscientemente. O sistema que exaure os recursos naturais, que beneficia os países desenvolvidos e cede aos países do terceiro mundo seus restos, suas sobras (surplus), é criação dos homens e se mantém por cooperação deles. Como bem ressaltou a Helena Novais, em sua crítica do documentário, "é um soco na boca do estômago de quem acha que não tem nada a ver com isso!".
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